domingo, 22 de junho de 2008

Conto

Pra mim? Mas... não precisava. Ficamos em silêncio enquanto eu abria o saquinho perfumado com uma lembrancinha de sua recente viagem à Paraíba. Eu meio surpreso, ela com cara de boba. Quando estiveste lá?

- No último fim de semana. Lembra que te prometi um presente de aniversário?

Lembro sim, respondi. Agradeci com um abraço duradouro, quase romântico. Aquele corpinho, hoje mais curvilíneo, era meu fruto proibido, minha mais doce e voluptuosa tentação. Ela é minha aluna, mas eu não resistia.

Vez ou outra, durante as aulas, nossos olhares uniam-se em resquícios de segundo em que sua timidez permitia levantar-lhes, eu sentia o magnetismo que aquela mulher provocava em minha pele, perdia o fôlego. Desejava possuí-la ao menos uma noite.


[continua]

terça-feira, 17 de junho de 2008

O meu presente

Quando eu nasci um anjo errante
desses que vagueiam pelo mundo disse:
Vai, mulher, vive essa vida.
É o teu presente!
o hoje, meu presente
ontem é só resto dum quociente de passado
amanhã... quem sabe?
Que tal um cineminha?
te pego no elevador e a gente sai pra comer na rua
a noite é uma criança
e a gente trabalha para o sucesso dessa transação.
Dar bom dia ao mar
e tomar café mirando o alvorescer
voltar pra casa e esquecer teu telefone.
Amanhã, quem sabe.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Película fotográfica

Imutável e incorrigível
a película fotográfica nunca mente.