sábado, 11 de abril de 2009

Sinfonia do silêncio

A lua cheia esgueirou-se sobre minha janela
e, como fosse afagar-me os cabelos,
adentrou o quarto, luz rutilante,
e velou meu sono cansado.

Fiquei a encarar-lhe miserável
invejosa de sua magnífica plenitude,
mas agradecida por sua divina humildade,
solícita, debruçada em minha janela.

Eu valsei sozinha aquela noite
descartada dos pares que se formavam no salão,
e reconfortei-me no aconchego silencioso do céu,
regido pela Lua, numa sinfonia de notas caladas
feitas sob a medida tênue dos solitários.